Por que a pressa para namorar?

Antes que digam que era um mal da juventude, ouvi coisa parecida de uma mulher de 36 anos, bem-sucedida profissionalmente e que se queixava com os nervos à flor da pele. Que tipo de pressa é essa em que qualquer tempo natural para se conhecer, descobrir e curtir é visto como enrolação, perda de tempo ou falta de caráter? Conheço um casal que está junto há anos e que olhando de perto dá pra saber que eles vivem bem, em harmonia, dividem o mesmo teto e fazem planos juntos. Mas ela se confessa atormentada por um detalhe: ele nunca a pediu em namoro.
Isso é tema para discussão de tempos em tempos e ele não consegue explicar, mas só sabe que os rótulos o apavoram. Mesmo assim a trata bem, respeitosamente, com fidelidade, mas o status – namoro, noivado e casamento – lhe causa um frio na espinha. Seja por uma questão de rótulo ou por querer amarrar o burro com rapidez, algumas pessoas se atormentam com o status da solteirice como se fosse um atestado de fracasso - o que está longe de ser. Vivemos em tempos de múltiplas escolhas e algumas pessoas as fizeram e outras não. O relacionamento amoroso não é mais obrigatório para ninguém, ainda que se encontrem mil explicações para a necessidade de um parceiro (a).
Pense que um bom relacionamento vai acontecendo à medida que o casal descobre um ao outro delicadamente, de forma quase artesanal. Não é preciso pressa para beijar, tocar, respirar o mesmo ar e nem transar. Isso tudo não é sinal de sucesso ou conquista garantida. No seu devido tempo tudo vai rolar, mas só se você souber deixar o tempo natural de maturação. Para alguns esse tempo é de um dia, para outros não tem um prazo definido. O que pode tirar a graça dessa conquista é “tirar o bolo do forno antes da hora” por puro medo, carência e insegurança. Acho que a tranquilidade de quem sabe o seu valor na vida é altamente sedutora e um dos ingredientes chave para uma paquera se tornar algo mais sério. Portanto, cultive a paciência de quem respira e conta até mil se necessário para desfrutar do “bolo” logo que ele estiver no ponto.